ANALISANDO A CONSISTÊNCIA DAS AFIRMAÇÕES
1 – “Nunca houve um a tribo de José” – O ponto básico a considerar é que para que não houvesse tribo de José ele precisaria não ter deixado descendência. As Escrituras reconhecem José como uma tribo quando traz textualmente essa menção em Num. 13.11 “da tribo de José, para a tribo de Manessés…”, e ainda Eze. 48.31,32 “e os portões da cidade serão segundo os nomes das tribos de Israel, … sim, o portão de José, um…”. Além dessas passagens José é contado como filho de Israel, e portanto uma das doze tribos em Gen. 35.24; 48.2; 49;22; Exo. 1.5 e no próprio texto de Apocalipse (Revelação), assim parece razoável Apo. 7.8, apresentar José como sendo TRIBO pois é ele reconhecido assim pelas Escrituras.
2 – “As tribos de Efraim e de Dã não estão incluídas” – Efraim não aparece nessa e nem em outras seis das nove listagens onde se relacionam as tribos juntas, sem que isso seja motivo para estranheza. Comparando os textos bíblicos que apresentam as tribos de Israel verificamos que EFRAIM é representação da tribo de JOSÉ seu pai, Num. 1.10, bem como a tribo de MANASSÉS. Já em Num. 13.8, EFRAIM aparece destacado e no v.11 MANASSÉS é representação da tribo de JOSÉ, assim percebe-se que quando uma não aparece é representada pela outra, dando sempre o somatório das tribos o número doze. Existem, pelo menos nove listas das tribos, e, Efraim só aparece em três, nunca alistada junto com a tribo de José, pois uma substitui a outra. Logo entende-se que quando Efraim não aparece nos versos de Apo. (Rev.) 7 é porque ele já estava representado em José, desta feita com Manassés aparecendo em destaque. Conclui-se claramente que as tribos não seguem uma ordem rígida de classificação no Texto Sagrado. A rigor apenas a tribo de Dã não aparece em Apo. Será que foi mero acaso? Não, não foi! Em Gen. 49 encontramos Jacó profetizando acerca de seus filhos, as tribos de Israel; diz os versos 16, 17 e 18, deste capítulo: “Dã julgará o seu povo como uma das tribos de Israel. Mostre-se Dã uma serpente à beira da estrada, uma cobra cornuda à beira da vereda, que morde os talões do cavalo, de modo que o seu cavaleiro cai para trás, deveras aguardarei a salvação [procedente] de ti, ó Jeová.”. No verso encontramos a sentença para Dã, que como estabelece Gen. 49.1 “…acontecerá na parte final dos dias”. A PROFECIA acerca de Dã o apresenta como um tropeço ao ser classificado de serpente e diz-se que ele julgará, mas sabemos que Iahweh é quem julgará o seu povo através de Cristo que é da tribo de Judá. O v.18 indica que aquele que proferia as palavras proféticas recorria, ante ao que Dã viria a ser, a salvação de Iahweh . Como seria Jacó salvo de Dã? “…. na parte final dos dias”. Jacó é representado pelas doze tribos, de modo que quando Rev. não apresentou a tribo de Dã; mostrou o ISRAEL que aguardou “a salvação [procedente] de…Jeová.”, sem a tribo que havia adquirido um status não agradável a Deus.
3 – “Os levitas foram colocados à parte… não eram contados como uma das 12 tribos” – O fato de os levitas terem sido colocados à parte para servir nas coisas concernentes ao tabernáculo não representa qualquer impedimento quando ao seu reconhecimento como tribo, tanto é que em Num. 1.47 a 53, quando Deus determina a separação desse povo para o serviço sagrado ele é textualmente chamado de tribo v. 49 “… somente a TRIBO de Levi não deves registrar e não deves incluir a soma deles entre os filhos de Israel” (destaquei). Se observarmos atentamente o contexto, vamos perceber que o não cômputo dos levitas tem haver com a finalidade da contagem determinada, naquele momento, por Deus, visto que essa contagem tinha uma finalidade específica, da qual os levitas não deveriam participar. Lembremos que eles aparecem computados em 6 das 9 relações que aparecem no Texto Sagrado (ver apêndice 2), o que não foi considerado nesses versos em que Levi não aparece foi a soma deles, o motivo está registrado em Num. 1.2, 3 que diz que somente os “… que saem para o exército de Israel”, e, como os levitas não ficariam como guerreiros de direito, não foram computados. Em Num. 13 eles não aparecem também, simplesmente pelo fato do serviço que iria ser feito era de espionagem na terra de Canaã, encargo não atribuído, por Deus, a Levitas.
4 – “Revelação 7.4-8 diverge da costumeira listagem tribal” – Podemos verificar no Apêndice 2, que não há como determinar uma ordem costumeira, nem a listagem apresenta-se a mesma nas suas ocorrências, de modo que a listagem de Apo. (Rev.) é mais uma dentre as várias indicadas na Palavra de Deus.
Além das considerações acima, podemos verificar, ainda, outros pontos acerca das tribos de Israel apresentadas no Apocalipse (Revelação)! No livro Raciocínios à Base das Escrituras, pág. 85, há um subtópico intitulado “É o número 144.000 meramente simbólico?”, que continua… “A resposta é indicada pelo fato de que, após a menção do número 144.000, Revelação 7.9 faz referência a uma ´Grande Multidão´ … se o número 144.000 não fosse literal, não teria sentido contrastá-lo com ´Grande Multidão´.” Dentro desse mesmo raciocínio o primeiro ponto a ser levantado é: Se o Israel expresso nominalmente e sem indicação de figuratividade é espiritual; porque, então, o número 144.000 que refere-se ao mesmo Israel não é também espiritual? Se o contraste entre os “144.000” e a “ Grande Multidão” é o suficiente para considerar um e outro literais, porque também não utilizamos o mesmo princípio de CONTRASTE com relação ao Israel do v.4 com as Nações, Tribos, Povos e Línguas do v.9. Somos forçados a concluir que ou todos são ESPIRITUAIS, ou todos são, sem exceção, LITERAIS. Parece-nos ter havido falta de uniformidade no trado com as representatividades: 144.000/Grande Multidão e Israel/Nações, Tribos, etc.